Dificuldade enorme, para mim pelo menos é. Sair do meu conforto logo de manhã cedo. Não ligo em ter hora para acordar; acordo cedo numa boa, meu maior problema é ter que sair de casa cedo, isso sim demanda um esforço enorme de minha pessoa. Mas graças a Deus a vida nos recompensa sim, recompensa com o arrebol...
Manhã, brisa leve com um nada singelo cheiro de mar.
Nada singelo mesmo, aliás que cheiro é esse que lhe é peculiar?
Nada singelo mesmo, aliás que cheiro é esse que lhe é peculiar?
Sol nascente ao horizonte e o céu de rubro a alvacento.
E o mar hora azulado, passa a hora, hora agento.
O caminho está traçado e aos poucos foge ao meu destino.
A passagem é uma ponte, mas via mar é a melhor viagem.
Não me preocupo, mas com as horas, vivo esse ar matutino.
Tu tens de tudo tão lindo, de tão intenso parece miragem.
Não há como descartar ao fundo a visão do centro da cidade.
É uma selva de pedra de diversas quadras, diversas épocas.
Apesar do acinzentado, de longe ou de perto desperta quimeras.
Mas a fumaça não me empolga, pouca saúde, muita soledade.
Retorno os pensamentos à ilha, ao ver as aves em revoada.
Coisa mais bela, o sol que já se alteia e rubro fica alaranjado.
E ao longe vejo pescadores que enriquecem essa ilha amada.
Laranja não mais é a cor, enfim o sol mostra o seu amarelo.
E toda essa beleza que se modifica e o seu horizonte assinalado.
E toda essa beleza que se modifica e o seu horizonte assinalado.
Traz-me uma imensa paz e me faz esquecer todo o flagelo.
Enche-me de esplendor toda essa beleza, mas a saudade de meus amores açoitado faz-me sentir. Nada mais me importa, afinal só há veículos, vias, pessoas e fumaça em minha frente. Toda a recompensa da saída já ficou para trás, bate-me uma saudade imensa e a certeza de que não há mais jeito, de que tudo já não volta mais.
Mas há sim, há de voltar, a noite é tão bela quanto a manhã e a saudade aumenta a ansiedade da volta...
E de erbúneo aos poucos escurece e tudo volta a colorir.
A volta no início é tediosa e tensa.
Mas também é uma recompensa.
Da tristeza do dia-a-dia, surpreendo-me a sorrir.
O crepúsculo dá o tom do retorno.
E de longe toda aquela cidade iluminada.
Aos poucos vou deixando o transtorno.
Ao ver as luzes da cidade amada.
Amor mesmo é a beleza da volta, quando finalmente sinto-me em casa.
Sentindo o famoso odor novamente, cheiro da água, cheiro da vasa.
Retorno ao lar de onde cedo saí e agora retorno com pouco vigor.
Mas feliz de encontrar novamente Atiele, meu eterno amor.
Anagrama de Eleita, nome dessa minha grande paixão.
Eleita não sei o porquê, só sei que escolhida foi por mim.
E sei que não tive escolha, quem mandou foi o coração.
Trouxe-lhe rosas brancas, plantas mortas pelo corte.
Vivas são as melhores, lírios, amarilis e jasmim.
Aty, meu grande amor, amo-te de sul a norte.